sábado, 11 de setembro de 2010

Do cotidiano...


Uma das razões pela qual o stand up comedy estourou, acredito eu que seja justamente pelo fato de fazer piada com o cotidiano!
Já reparou como nosso cotidiano é desesperadoramente patético?
Por exemplo: quem nunca deixou o relógio programado para despertar mesmo no dia de folga só pra ter o prazer de desligar, olhar pra ele e dizer "ahááá... hoje eu vou voltar a dormir" - virar e continuar dormindo?
Outro dia soltei essa na hora do cafezinho, e quando olhei pro lado tinha umas 3 pessoas com os olhos brilhando e um sorrisinho que me dizia "ooolhaaaa... então não sou só eu!"
E esse lance de etiqueta na internet?
QUEM FOI QUE INVENTOU QUE QUANDO VOCÊ ESCREVE COM TODAS AS LETRAS MAIÚSCULAS VOCÊ ESTÁ GRITANDO?
Porra! Já tomei atas jantadas porque eu tinha preguiça de apertar o shift pra "chamar" a maiúscula, então eu achava muito mais prático ativar o caps lock. E não, eu não aro mão das maiúsculas!
E por falar em grafia e uso correto da língua, bem, não que eu seja um Professor Pasquale, mas vou dar o meu pitaco.
Acho que as faculdades e cursinhos deveriam dar lições para a vida também...
Concluo isso toda vez que subo a consolação de ônibus e ele para num determinado ponto.
Faz com que eu lembre do filme The Wall, digamos que numa releitura. As figuras de uma mesma tribo conseguem ser idênticas mesmo com tantas diferenças... de tons e marcas Kollestion, Nielly Gold e afins!
Não canso de prestar atenção nos diálogos, principalmente quando as frases são iniciadas pela palavra "tipo". Daí eu sei que será um deleite!
- Tipo, sabe o Fábio?
- O ex da Silvia?
- É.
- Seeeeiii.
- Entããão (na hora do à parece que tem um caroço de abacate na garganta da infeliz!)
Depois de relatos e mais relatos do encontro e da balada, vem a famigerada frase
- Entããão meeeuu... tipo, num sei!
Se o passageiro for homem, no tipo mais básico da espécie os papos são os mesmos: mulher e futebol!
E se for da tribo dos manos, normalmente vem cantando Racionais pra todos aqueles que não querem ouvir porque ele quer gritar que é do subúrbio e vive às margens da sociedade. O interessante é que ele levanta isso como um troféu e não se dá o trabalho de aprender a conjugar o verbo IR corretamente. Seu discurso característico começa com "NÓIS VAI" ou NÓIS FOI".
O pagodeiro ou forrozeiro pode ou não utilizar o discurso acima, mas o conteúdo básico deve ser acerca da quantidade de mulheres que havia no local e alguns mais abusadinhos (ou mentirosos talvez) se arriscam a descrever situações.
No começo, quando eu morava lá lonjão e passava mais de uma hora no busão, costumava ficar puta com esse tipo de situação. Por que diabos els, ou elas fazem questão expor num volume tão alto suas vidas e suas peripoécias... Passou! Quando não estou afim, levo earplugs de silicone e um livro! É... porque a potência de suas vozes ultrapassa o volume máximo do MP3, então desisti! Uso tampões de silicone pra não ouvir NADA!
Mas às vezes me ponho a ouvir as histórias das vidas alheias (já que eles nos proporcionam comédia gratuita). E depois comento no almoço, escrevo e penso que isso pode ser material para um dia... quem sabe... escrever um roteiro de stand up!

PS: Se forem sair de busão nesse fim de semana, preparem-se: sábado e domingo são os dias em que as mulheres que desconhecem a camisinha levam seus resultados remelentos aos parques e eventos infantis. É assim. É cotidiano

2 comentários:

  1. adorei o post gatona!! escreveu bem e escreveu a verdade.. ehehe.. =P
    bjs.

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  2. Eu tenho essa realidade TODOS os dias. Principalmente quando estou no trem, e não consigo sentar e consequentemente dormir.

    É o tal cotidiano

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