sábado, 12 de fevereiro de 2011

Vida Louca Vida...


Estou às pressas para sair para comemorar aquilo que meus amigos me fizeram crer que é 50% minha festa de aniversário, então não tenho muita idéia de tema!
Esta semana foi cheia de incidentes que eu não sei classificar, como:
O cara chega ao hotel, vê que está tudo cheio de tapume, cheiro de tinta, pedreiros pra cima e pra baixo, barulho de britadeira... dá um sorriso simpático e pergunta:
- É reforma?
"Meu... você é burro ou não tem o que falar? Claro que não é reforma! É tua mãe fazendo caridade!"
E não é um, são uns cinco por dia!
São coisas assim que me fazem odiar as pessoas!
Não tem problema falar besteira, mas fale uma besteira inteligente então!
Este tem sido um elemento constante na minha rotina ultimamente.
Até pensei em fazer um ranking das perguntas mais idiotas que tenho escutado!
Do tipo:
- Senhor, sua reunião é lá embaixo
Ao que o cara me pergunta:
- Eu desço então?
"Não... Não desce... senta ali no chafariz e fica olhando o tempo passar... vai pra cracolândia fumar uma pedrinha e ver se queima o que te resta de neurônios aleijados" - penso, e respondo
- Sim senhor - com um sorriso lânguido e gentil!

Outro elemento que tem estado presente na minha vida é o livro do Lobão - 50 anos a Mil.
A fila desta vez não vai se frustrar com meu ritmo, pois tenho devorado cada gota de história desta existência fabulosa!
E daí eu me pegunto "por que fabulosa?"
Não sei. Sempre admirei a figura dele sem conhecer muito bem.
Minha fase pseudointelectual do rock passou sem muita intensidade, então eu nunca fui neurótica pra saber da vida dos artistas, etc e tal.
Mas conforme a história vai se desenrolando, eu me vejo dentro do contexto histórico.
Lembro de quando meus pais me contaram da prisão, em 86.
Eu tinha 4 anos e ficava enfurecida quando meus pais paravam pra ver o jornal e não me favam atenção e ainda me mandavam ficar quieta.
Eles tinham uma TV preta-e-branca com bombril na ponta da antena e lateral que imitava cerejeira.
A TV ficava no quarto, e eles não tinham cama. Era um colchão, uma estante, um guarda-roupas e a TV e eles tinham os olhos estatelados quando eu entrei no quarto com a Gêda (minha boneca de pano) pedindo sua atenção.
- Shhhhh (com o indicador sobre os lábios)
- Tá,tá,tá... o jornal, já sei, que saco!
Então os dois me olharam e disseram
- O Lobão foi preso. Preso! - E meu pai ainda fazia as grades com os dedos! Sabe quando você imita um jogo da velha com os dedos indicador e médio das duas mãos.
Parei, sentei e comecei a olhar pra TV sem entender nada do que eles diziam, mas pensava "Nossa, o Lobão... tão bonito..." - sim, todas as mulheres da minha família tinham tara pelo Lobão! Certas coisas são inexplicáveis! Isso me marcou!
Mas nunca fui muito de seguí-lo. Entretanto, tudo o que ele apresentou até hoje me pareceu no mínimo interessante! Coerente também!
E conforme vou lendo o livro, vou me identificando tanto com a história quanto com aquela figura tão... ele mesmo!

Então, minha recomendação de leitura é 50 anos a mil! Surpreenda-se! Entenda, admire!
Ou não!

2 comentários:

  1. E eu me pego numa daquelas co-incidências... Minha mãe veio me falar de lobão este fim de semana. Acho que deve ter um por quê.

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