sábado, 8 de junho de 2013

Sábado: Sete Cabeças, Uma Estória!!!


Domingo:
Gostava de ouvir Novos Baianos, era do tipo que sorria de graça, deixava e recebia muito, contava muito com a sorte, e por isso sempre tinha muita sorte. Era parceira da vida, de poucos e bons amigos. Já cuidou de bêbado, já tentou, não gostou e quis apagar alguém da memória. Dia desses se encantou com um dente de leão*, e entendeu o significado da frase "cuidado com o que você pede, pode se tornar realidade".

Segunda-feira:
Pediu baixinho, pois que a vergonha lhe falava alto.
fez cara de desleixo, olhar de tanto-faz.
Viu voar janela afora sua aposta de sorriso.

Mas o que saiu sopro, voltou tufão.
derrubou-lhe as folhas, bagunçou-lhe o coração.
Voltou pétala e incerteza: por que pedira?

Mas veio junto o seu recado, amora em época de chiclete
bagunçou-se a franja, derrubou-lhe o pra-depois.

Foi-se atrás do arrepender-se.

Terça-feira:
O que mais arrependeria seria não tentar.
Poderiam a chamar de doida, mas doido mesmo era quem não tentava, não se perdia, não se jogava.
Afinal, sorte não era problema pra ela.
Já a timidez...

Chegava até a ser paradoxal,
A sede de viver com a vergonha de ir fazer.

Fechou os olhos, respirou fundo, deu um passo a frente...
Já até se sentia diferente...

Quarta feira:
E nesta angustia paradoxal descobriu que o limite da vida era não ter limites
e que o medo lhe servirá de alerta, não de paralisia.

O que ela não contava
é que o horizonte ampliará de tal modo
que a dúvida agora, era o que fazer diante de tantas oportunidades.

Voar o mais alto possível, tinha vontade de ser um pássaro
e ter o céu inteiro para desfrutar.

é a vida é engraçada...


Quinta-feira:
Sempre que acha que está no comando da situação, aparece-lhe então quem aflige seu coração:
Sorriso meio sacana!
Algo não engana àquela que sabe o tom da canção.
Maldita canção que te faz lembrar das primaveras em que sorria, e que sempre esbarrava no velho dente de leão.

Vodka era a pedida, de muitas entre tantas, sentada sozinha naquela mesa de bar... 

- "Será que posso te acompanhar?"  

Perguntou seu amado... que por vezes também era odiado.
Coitada da pequena, relutante em negar-he o pedido, apenas sorriu timidamente.

Ele entendeu como um sim, e então puxou a cadeira...

Sexta-feira:
Sentou-se. Serviu-se. Ela sorriu timidamente e percebeu que aquilo que pedira, de repente, tornava-se realidade. 

E a partir daquele momento viu que o medo havia ido embora, e restava apenas a coragem de tentar mais uma vez. Aquela aflição não existia mais, e só restava a paz...

Tinham muito o que conversar. Aquela ultima vez tinham dito verdades que não deveriam ter sido ditas.


Gostava de bebericar seu pequeno copo de vodca, observar os tons em movimento e sentir o coração arder.

Mas por um instante pensou...
( *Meu coração arde pela paz que sinto agora? 
*Pela certeza de tentar concertar as coisas nesta noite.
*Ou pelo simples teor alcóolico ingrido por mim!?! )

Com olhos famintos de amor encheu a boca e disse...
Adeus!

Sim. Percebera que nada mais deveria ser dito. Ela que sempre dançou com a sorte e ensaiou com a fantasia agora que criara asas não poderia mais ficar. 

Sempre acreditou na continuidade das coisas. Percebeu que a vida só continua quando a gente se reinventa. 

Ambos estavam fadados a maltratar o amor se ficassem juntos. 

Sozinha ela seguiria tímida rodando em flor alegrando-se com pétalas amor. 

O seu amor. 
Amor próprio! 

Descobriu-se ali. 
Que os pedidos sussurrados sempre estiveram em suas mãos.

E agora bastava caminhar. 
Com cuidado é claro!


Um comentário:

  1. é maneiro quando o mocinho acaba com a mocinha, mas gosto de estórias que nem sempre terminam assim. Nem tudo é consertável nessa vida.
    Nem tudo é branco no preto, "liberdade é pouco, o que eu quero ainda não tem nome"
    Haha. Minha mente e o vendaval de pensamentos.

    Muito boa nossa estória em conjunto

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