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Teve um figura que saiu pintando os muros do Rio de Janeiro com frases de gentileza e oferecia flores aos passantes. Marisa Monte o cita em uma de suas canções!
E tem gente que vai fazer faculdade pra aprender que um gesto vale mais que mil palavras.
Ah vá! O andarilho já ensinava isso há tempos!
Trabalho com hotelaria e turismo, mas minha formação mesmo é Administração.
Fiz isso porque sempre detestei matemática e resolvi que tinha que superar minhas fraquezas!
Depois de todas as inscrições pagas fui sacar que Administração era humanas. Salve-salve a rainha de la gafe!
E fazendo o curso descobri que... a matemática era mais forte do que eu! Mas que existia a HP12C!
E me joguei nas humanas!
Meu TCC foi sobre clima organizacional e como isso se convertia em resultados para o hotel.
Todo o trabalho foi baseado nas experiências vividas no hotel onde eu estava na época.
Tínhamos uma equipe muito boa. Cada um ao seu modo era especial! E éramos bem diferentes!
Acreditávamos no que vendíamos - e mais - acreditávamos realmente competir em par de igualdade com hotéis 5 estrelas da região! Judiação! E vendíamos isso! E as pessoas compravam! E muito!
Passamos, ou melhor, eu, como mais velha do time, passei por diversos estilos gerenciais encabeçando a boiada.
O marketeiro, a humana, a interina "tudo-de-bom" meio aéra porém gente-fina, a terminar pelo Bin Laden enigmático.
Poucas chefias (entenda-se por chefia a figura entre a equipe e a gerência) permaneceram mais de um ano no lugar o que fez com que a equipe (ou a parte comprometida dela) amadurecesse e aprendesse a andar com as próprias pernas.
O louco é que sabíamos que nenhum de nós seria promovido e por isso ninguém tinha ataque de estrelismo. Trabalhávamos da melhor forma para fazer com que o tempo que passávamos juntos fosse o melhor possível. Alegrávamos em poder agradar os clientes. Satisfazíamos por ajudar uns aos outros já que estávamos nos fodendo juntos. Levávamos marmita. Muitas vezes dividíamos a marmita! Ríamos pelo menos 12 minutos por dia da nossa própria desgraça. Era de doer a barriga! Chorávamos de raiva. Juntos! E não era porque estávamos numa barca furada que a deixávamos afundar! Trabalhávamos muito e muito bem!
E como estávamos nos fodendo juntos, adiantávamos o lado do colega, porque sabíamos que ele também faria o mesmo.
Mas uma coisa da qual eu não esqueço, e é uma coisa que parece pequena até que você a perde: a gentileza. Nunca ninguém me pediu nada sem usar um "por favor". E eu, mesmo na qualidade de "mais velha de casa" nunca deleguei uma tarefa sem usar tal expressão. Era absolutamente natural.
O hotel era lotado! E eram sempre os mesmos clientes em 85% dos casos! Conhecíamos todos pelo nome! Eles nos adoravam e muitos traziam presentes e mostrava fotos de suas famílias!
Quem manja de futebol vai entender se eu disser que a sincronia da equipe era como o carrossel holandês (e quem não souber, jogue no google).
Eu NUNCA vi uma equipe como aquela!
No TCC, defendi que tal existência era possível! Meu professor achava romântica e utópica a idéia, mas a convicção e a verdade com que eu relatava as experiências atrelada aos números que apresentei provaram que não. Ah, precisei de ajuda pra provar com números, mas deu certo!
Talvez hoje eu concorde com ele! Talvez a sorte nos tenha proporcionado a possibilidade de viver uma utopia! Mas foi de verdade. E quem sabe um dia não se repita? Creio que tenha sido uma reunião de fatores e essências humanas positivas independentes do recrutador ou da chefia. Algo intrínseco. Mas em relações humanas, uma coisa é certa: tudo o que é bom começa com um ato de gentileza!
Passou! Um saiu, outro saiu, outro saiu! Cada um foi escrever sua história. O prédio ficou e as pessoas foram substituídas por números! O carrossel se desmanchou. E não conseguimos repor as peças.
O romantismo morreu e nosso hotel é hoje mais um entre outros. Seguiu vendendo. Mas já não tem mais todo aquele Ibope! Aquela atmosfera... aquele ser parte da vida de alguém...
Cada membro da equipe seguiu sua vida e nunca mais nos vimos!
À vezes passo por lá como uma ilustre desconhecida. E tenho pena daquelas pessoas que devem estar ralando muito como eu ralava!
Mas sabem, hoje eu vejo campanhas corporativas, motivacionais, etc e tal, levantando a bandeira que lá atrás nós já carregávamos, estabelecendo métodos para fazer funcionar aquilo que nós fazíamos com naturalidade e ensinando a fazer bonito enquanto nós fazíamos com verdade! Por quê? Porque moooorrem de medo de pagar um processo de assédio moral! Naquela época não tinha isso não!
Era o que tínhamos e queríamos seguir em frente, mas enquanto estávamos ali, estávamos para fazer a diferença. E juntos fizemos! Nunca uma folha de sulfite fez tanta diferença dentro de uma equipe de oito pessoas! Onde quer que estejam, vão lembrar da folhinha!
Organização de sistemas e métodos - isso é muito bom!
Mas não é tudo. Não é dizer "Faz isso" ou "faz aquilo", procedimento, processo, o raio que o parta - virar as costas, sair andando e no final de tudo, dizer "OK" e não "obrigado". Sem gentileza não vai funcionar! A parte "obrigada" vai cansar de fazer "por nada". Parece que não, mas faz uma grande diferença!
Não ganhávamos bem, não tínhamos vale-refeição (mas a gostosa da turma paquerava o dono da lanchonete vizinha e virava-e-mexia conseguia umas boquinhas!) e tenho certeza de que ninguém sente a menor falta disso mas boa parte lembra com nostalgia.
Se me pedissem pra voltar, é óbvio que eu não voltaria.
Mas se um dia eu fosse técnica de um grande time operacional, onde quer que fosse, seguiria tentando, e só me aposentaria depois de ver novamente girar o carrossel!
O que me faz ainda trabalhar a 2h de casa é essa cultura organizacional que tu menciona.
ResponderExcluirE não adianta: eu posso ganhar milhões, mas se não tiver pessoas que lutam juntas, quebram a cara juntas e estão ali para ajudar, eu não quero.
E a melhor coisa que tem é trocar mistura de marmita. Ou trocar a marmita mesmo. As vezes (repetindo, as vezes) a comida da mãe enjoa
acho q é o q mais sinto falta no meu trabalho. união. hunf!
ResponderExcluirJohan Cruijff, principal jogador do Carrossel holandês, sempre defendeu o esquema revolucionário do qual participou.
ResponderExcluirQuando se aposentou, virou técnico e tentou implantar esse espírito nas equipes que comandou.
Em alguns casos, conseguiu. E certamente vai morrer sempre tentando.
Um de seus lemas:
"Futebol é simples, mas o mais difícil é jogar futebol simples"