A gente costuma encher a boca pra dizer que tem orgulho de ser brasileiro quando se fala de grandes ídolos do esporte, da música, das artes ou das letras... Quando alguém faz bonito pros outros lá fora e levanta a bandeira, quando mostramos as cinco estrelinhas na camisa da seleção...
Enchemos a boca pra dizer que temos vergonha de sermos brasileiros quando nossos ilustríssimos representantes deixam saltar aos olhos do mundo que aqui é a casa da mãe Joana (coitada da mãe Joana) ou quando rola algum crime de repercussão internacional.
Qual de nós levanta a bandeira "de graça"?
Não sou diferente de nenhum dos que se reconheceu nestas frases.
Mas também sou brasileira.
E sabe do que mais?
Acho que isso aqui já foi quase bacana!
O Brasil, na real começou na rasgueiragem, quando entraram, levaram a grana e trouxeram doença e caos... a nação brasileira nasceu no meio dessa zona, criou uma identidade cheia de lacunas conceituais, então desde os primórdios já existia o personagem eternizado por Gerson. Que poderia ser iustrado por Mário de Andrade como Macunaíma: o herói sem caráter - Entendam: não é mau, caráter e sim desprovido dele... porque não aprendemos nada, não cultivamos nada. - e que bichinho liiiso... ligeiro...
Mas sim, eu acredito que desde sempre rolou esse lance de "tirar vantagem".
Talvez de uma maioria, frutos de gerações que aprenderam por repetição e criaram uma cultura. Mas também existe o oposto. Como em tudo, é claro!
Não, eu não acredito em uma revolução, eu não acredito que uma cultura milenar vá mudar.
A revolução começa dentro das pessoas.
E quantas pessoas pararam cinco minutos para pensar no significado do dia 7 de setembro?
Quantas pessoas se dispuseram a assistir o desfile?
Viu?
Não preciso comentar nada. Eu demorei 30 anos para assistir meu primeiro desfile. Junto comigo, meus pais, meu irmão e mais de 30 mil pessoas saíram de suas casas para homenagear seu país.
Pergunte a um americano de 30 anos se ele nunca assistiu à parada de 4 de julho. Não vou nem citar os japoneses porque eles tem mostrado o poder do seu nacionalismo com atos após os últimos acontecimentos.
Meu avô era alemão naturalizado brasileiro e lutou na Revolução de 32. Cresci ouvino ele contar histórias das trincheiras e me sentia diante de uma tela de cinema. 9 de Julho e 7 de setembro eram datas sagradas pra ele. E esse alemão era muito mais brasileiro do que qualquer um que eu conheça!
Depois de grande foi que eu entendi que aqueles papos de luta eram de verdade. Achei que fossem historinhas de dormir. Como meu avô era menino, para mim é muito natural que ele contasse "histórias de menino"... e meninos gostam de carrinhos e tanques de guerra, enquanto meninas gostam de bonecas e princesas... Eu gostava dos dois! Os finais das hitórias de princesa eu já sabia todas, equanto, as histórias do vô Erich tinham finais surpreeendentes, ou às vezes(isso me deixava enjuriada) não tinham finais. Simplesmente não tinham!
Hoje, diante de um ex-combatente, eu sempre me emociono!
Quando contei aos meus amigos que ia ao desfile, TODOS caçoaram de mim..
Isso não faz deles mais ou menos brasileiros do que eu, mas já mostra as diferenças culturais.
Amigos... vocês pisam e emporcalham esse chão há quanto tempo?
Por que não doar um dia sequer para o seu país se isto não vai te custar nada?
Pro sindicato você doa um dia do seu trabalho, não doa?
Pra finalizar, queria dividir uma foto tirada acidentalmente que chamou minha atenção ao ver o grau de encantamento desta criança ao ver os pelotões passarem!
Não se trata de cultuar a guerra ou as armas, mas a nossa memória, a nossa história, a nossa identidade!
eu sou uma brasileira meia boca para este tipo de comemoração.. rs..
ResponderExcluiro que é rasgueiragem?
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