domingo, 23 de outubro de 2011

O tempo.


O tempo tem sido objeto de discussão há muitos séculos. O filósofo Kant o concebia como a constituição de sensações resultantes do nosso estado de consciência; Einstein falava que passado, presente e futuro são ilusões. O tempo, na minha concepção, é um recurso norteador de ações e uma das referências em nossa existência.

Dentro das inúmeras possibilidades de atuação cotidiana, em muitos momentos o tempo passa a ser um opressor de todos nós. Como no filme “Alice, no país das maravilhas”, agimos tal qual aquele coelho: sempre correndo, atrasados e com a certeza de que "é tarde, é tarde, é tarde!".

A “doença do tempo”, no olhar do escritor John Wagner Lii - autor do excelente livro "Comportamento Organizacional: Criando Vantagem Competitiva" (Ed. Saraiva) -, é um dos desafios contemporâneos, em especial na dimensão pessoal. Os sintomas dessa “doença”, decorrentes da dinâmica da vida moderna, são:

A falta de tempo para si e para desempenhar seus papéis;
O medo de perder tempo e a culpa de não dar conta de tudo que lhe é designado;
O excesso de tempo e a dificuldade em aproveitar os momentos livres.

Alguém se identifica com um desses sintomas? Eu me encontrei em todos!

Continuando a discussão do fator tempo, o mesmo autor o categoriza com o objetivo de provocar nas pessoas uma mudança de padrão:

* O tempo apressado e a vida saturada: a velocidade de informações e o acesso fácil a elas acabam levando o indivíduo a buscar múltiplas tarefas. Isso provoca a saturação do tempo com muitas atividades e a dificuldade em estabelecer prioridades. Dica: não se torne vítima do tempo e repense seus objetivos de vida;
* O tempo fragmentado e a vida superficial: a pressa torna-se vício e a vida passa a ser vista muito superficialmente. Puras e rasas imagens. Um modo de funcionar onde a vida sem urgência perde a graça. Agir rápido acaba sendo melhor do que agir adequadamente. O foco é o culto ao instantâneo. Dica: recupere a capacidade de perceber, de olhar com tranqüilidade e a não funcionar somente no automático;
* O tempo sincronizado e a vida amarrada: trabalhar em equipe é essencial para as empresas, mas essa habilidade interpessoal acaba colocando em risco a liberdade. Dica: observe a linha tênue entre a sua colaboração e a sua subjetividade;
* O tempo repartido e a vida quebrada: a vida está dividida em horários, muitos horários. Isso leva os indivíduos a tornarem-se escravos de tantos compromissos, um agir no futuro que compromete o presente. Dica: atenção às prioridades;
* O tempo, o consumo e a vida vazia: alguns valores da sociedade de consumo levam os indivíduos em seu tempo livre a serem “obrigados” a comprar. Dica: o lazer precisa ser algo a se aproveitar e não algo para ser consumido. Atenção às finanças pessoais.

O importante é saber que com respeito à subjetividade e um planejamento pessoal do tempo, podemos nos tornar cidadãos mais críticos e centrados. A busca pelo equilíbrio através do autoconhecimento é base para uma administração do tempo mais eficaz. Ter consciência que em certos momentos precisamos “ir mais rápido” e em outros podemos “ir com mais calma” pode ser um caminho para uma vida mais leve e feliz.

Inspiração

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