quarta-feira, 24 de abril de 2013

De quem é a culpa




Dando continuidade a cultura esportiva e os megaeventos a serem realizados no Brasil, hoje venho questionar de quem é a culpa da falta de cultura esportiva, de megaeventos com custos altíssimos e tudo mais.

Nos textos anteriores podem notar que em nenhum momento eu cito o incentivo do governo como a solução, tenho o cuidado de apenas falar em cobrar e apurar os gastos públicos,  pois na minha opinião a função do governo é garantir a saúde, educação, transporte entre outras coisas para a população, calma, eu sei que o esporte faz parte disso tudo, só que temos que entender e nos colocar como os responsáveis pelo esporte de base no país. Sim nós professores de educação física, as escolas e principalmente os pais. Somos todos responsáveis, inclusive, mais que o governo. O problema é que é mais fácil culpar os governantes, que por incoerência são eleitos por nós, para nos representar, então somos culpados duas vezes, uma por que não fazemos quase nada pelo esporte e outra por eleger pessoas que além de não fazer nada, atrapalham com gastos, que no mínimo, são suspeitos.

Para tentar explicar melhor meu ponto de vista, eu faço parte de uma minoria de brasileiros que teve a sorte e a oportunidade de morar fora do país por um tempo para estudar e tive contato com outras culturas que somaram demais em minha formação e por exemplo, por que os EUA ganham quase todas as edições da Olimpíadas? A resposta comum que escuto é que o governo incentiva a prática de esporte nas escolas. O governo não incentiva nada e nem tem que fazer isso, o governo deve ter outros problemas para se preocupar, como em garantir que tenham escolas suficientes e que nelas contenham espaços esportivos. A partir daí é com os pais, professores e a escola oferecer a oportunidade das crianças praticarem diversos esportes. 

A baixo um vídeo com uma possibilidade de atividade na educação física escolar com o tênis, com mais de 20 crianças, apenas um incentivo a prática, sem grandes técnicas, apenas uma aula divertida com uma modalidade diferente.



Claro que temos que pesar as diferenças culturais, no entanto, nos EUA a escola é publica e a universidade é paga e bem cara por sinal, em torno de 25 mil dólares por ano, entretanto, caso o aluno tenha aptidão esportiva, ele pode conseguir 100% de bolsa de estudo, e em 4 anos conseguir uma economia razoável de 100 mil dólares, junte se a isso, o fato do pai levar seu filho a prática de esporte e esse ser um momento de passar um tempo a mais com ele e participar de sua vida ativamente, mais o fato de a pratica esportiva afastar as crianças das ruas e das drogas e ainda o esporte contribui com a formação do caráter da criança. Por isso os pais incentivam tanto os filhos a praticarem esportes:  questões educacionais, acompanhar o crescimento dos filhos e financeiramente ser bem vantajoso no futuro, são razões para o grande número de praticantes de esporte nas escolas e como consequência disso tudo, vem o surgimento de diversos atletas de ponta e muitas medalhas nas Olimpíadas e aguardem, pois o futebol (o soccer) vem crescendo, e hoje já é a sétima liga de futebol com maior publico e já bem a frente do Brasil com 50% a mais de público nos estádios.

Não estou puxando o saco dos EUA e nem querendo ir morar lá, bem longe disso, amo o Brasil e o tempo fora, foi valioso e me mostrou que não quero morar em outro lugar, no entanto no que diz respeito aos esportes estamos a anos luz atrasados em relação as potências esportivas. Entre outros fatores porque temos a tendência de esperar que o governo faça algo por nós e nos eximimos de nossa culpa, como disse anteriormente nos outros textos, tenho enormes dificuldades de conversar com as escolas para simplesmente oferecer um benefício para os alunos e quando venço a barreira das escolas, os pais não acreditam e não envolvem seus filhos nas atividades. Por exemplo, o tênis que é visto como um esporte de elite, tem custos bem reduzidos  nas escolas e são perfeitamente viáveis e ainda temos outros esportes com custos baixos, como o atletismo por exemplo, e é extremamente difícil encontrar escolas que oferecem o atletismo, seja na educação física ou seja no extracurricular. Como iremos formar atletas dessa maneira? E cadê a culpa do governo nisso? Por que o profissional de educação física não se especializa e se empenha mais e o pai não pede a escola e porque a escola não oferece? Não precisamos de verbas do governo para isso, precisamos é acabar com a preguiça e colocar a mão na massa.

Para isso vale a leitura do artigo de Irene Conceição Rangel Betti de 1999, intitulado Esporte na escola: Mas é só isso professor? o texto pode ser conferido clicando aqui.

Por fim, temos sim que cobrar as autoridades com relação ao dinheiro gastos nessas obras que não terão utilidades futuras e cobrar mais escolas e mais hospitais e mais educação, pois os elegemos para isso, mas cada um tem que assumir a sua responsabilidade nesse processo.

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