quarta-feira, 5 de junho de 2013

Quarta feira - Sete cabeças: uma estória


Domingo:
Gostava de ouvir Novos Baianos, era do tipo que sorria de graça, deixava e recebia muito, contava muito com a sorte, e por isso sempre tinha muita sorte. Era parceira da vida, de poucos e bons amigos. Já cuidou de bêbado, já tentou, não gostou e quis apagar alguém da memória. Dia desses se encantou com um dente de leão*, e entendeu o significado da frase "cuidado com o que você pede, pode se tornar realidade".

Segunda-feira:
Pediu baixinho, pois que a vergonha lhe falava alto.
fez cara de desleixo, olhar de tanto-faz.
Viu voar janela afora sua aposta de sorriso.

Mas o que saiu sopro, voltou tufão.
derrubou-lhe as folhas, bagunçou-lhe o coração.
Voltou pétala e incerteza: por que pedira?

Mas veio junto o seu recado, amora em época de chiclete
bagunçou-se a franja, derrubou-lhe o pra-depois.

Foi-se atrás do arrepender-se.

Terça-feira:
O que mais arrependeria seria não tentar.
Poderiam a chamar de doida, mas doido mesmo era quem não tentava, não se perdia, não se jogava.
Afinal, sorte não era problema pra ela.
Já a timidez...

Chegava até a ser paradoxal,
A sede de viver com a vergonha de ir fazer.

Fechou os olhos, respirou fundo, deu um passo a frente...
Já até se sentia diferente...

Quarta feira:
E nesta angustia paradoxal descobriu que o limite da vida era não ter limites
e que o medo lhe servirá de alerta, não de paralisia.

O que ela não contava

é que o horizonte ampliará de tal modo
que a dúvida agora, era o que fazer diante de tantas oportunidades.

Voar o mais alto possível, tinha vontade de ser um pássaro

e ter o céu inteiro para desfrutar.

é a vida é engraçada...


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