domingo, 17 de outubro de 2010

O Humor.


Comecei este post completamente sem idéia, aí me lembrei da máxima: "Não tem idéia do que escrever? Leia!" e então recorri a um dos meus favoritos.

André Comte-Sponville, filósofo francês.

Dele já li dois livros ótimos: "O amor a solidão" e "Pequeno tratado das grandes virtudes" e como ando viciada em eBooks, encontrei agora o "A felicidade, desesperadamente" que já entrou na fila.

O Humor, como virtude. E humor lá é virtude? Também me fiz a mesma pergunta. Mas Comte-Sponville justifica, dizendo que qualquer seriedade é condenável quando falamos de nós mesmos. Me parece justo.

"Não exageremos porém a importância do humor. Um canalha pode ter humor; um herói pode não ter. Mas isso é verdade, como vimos, para a maioria das virtudes, e não prova nada contra o humor, a não ser, o que é claríssimo, que ele 
não prova nada. Mas se quisesse provar continuaria sendo humor?"

"Mas há rir e rir, e cumpre distinguir aqui o humor da ironia. A ironia não é uma virtude, é uma arma – voltada quase sempre contra outrem. É o riso mau, sarcástico, destruidor, o riso da zombaria, o riso que fere, que pode matar, (...), é o riso do ódio, é o riso do combate. Útil? Como não, quando necessário! Que arma não o é? Mas nenhuma arma é a paz, nenhuma ironia é o humor. A linguagem pode enganar. Nossos humoristas, como se diz, ou como eles se dizem, muitas vezes não passam de ironistas, de satiristas – e, por certo, são necessários. Mas os melhores misturam os dois gêneros (...) Somente a verdade é engraçada, em todo caso humorística, só ela pode sê-lo, e é por isso que o disparate tantas vezes nos diverte: porque nada é verdadeiro no sentido, a não ser pela seriedade que lhe damos e que o humor não suprime (...), mas relativiza, alivia, afasta, fragiliza de forma feliz, em relação à qual, enfim, ele nos liberta (pois se pode gracejar de tudo) sem a abolir (já que o humor deixa o real imutado e já que nossos desejos, nossas crenças, nossas ilusões fazem parte dele)."

3 comentários:

  1. Opa!
    Vamos fazer então um intercâmbio de livros!
    Sexta-feira, dia 22 no cafofo da Agata.
    Como diria o carioca: "Já é?"

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  2. Ótima idéia! Vamos marcar, só essa sexta que não dá por que vou comemorar meu aniversário no sábado então tem várias coisices que eu tenho que preparar na sexta, mas todos vocês estão mais que convidados!
    Sábado, no Syndikat, mandei o convite com os detalhes por e-mail. =]

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