Sete Pessoas. Sete cabeças diferentes. Sete posts na semana sobre diferentes temas. Um bicho de sete cabeças.
domingo, 27 de março de 2011
Os três nomes do gato.
(Paráfrase de um poema de T. S. Eliot)
Dar nome aos gatos não é tarefa fácil nem fútil.
Muitas vezes quando digo que o gato deve ter
TRÊS NOMES DIFERENTES,
olham-me de novo, julgam-me biruta.
Mas assim é, por mais que estranhem e gozem.
Primeiro o nome corrente, de uso da família,
que pode ser Poetinha, Alípio ou Conceição.
Depois o escolhido de pessoas refinadas
(extravagantes ou mesmo sóbrias),
como Menelau, Polonaise ou Pixinguinha.
Por último o mais íntimo e solitário,
que ele mais necessita para manter o orgulho,
esticar os bigodes, enrodilhar-se na cadeira
ou pular o muro como num vôo retilíneo,
que pode ser Diadorim, Caracóia ou Ana Lívia Plurabelle,
nome
que nenhum outro gato ostenta.
Mas além desses e acima de tudo e de todos
Há um nome especial a preferir
- e esse ninguém nunca saberá.
É o nome que nenhuma pesquisa pode descobrir,
e que só o próprio gato sabe,
e que nunca dirá a ninguém.
Assim
Se você ver um gato em profunda meditação,
Os olhos abertos mas cegos, as unhas em inocente repouso,
a razão é sempre a mesma:
sua mente está ocupada na contemplação de seu profundo
e inescrutável e singular NOME.
Lázaro Barreto
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Gatos SEMPRE são um assunto interessante!
ResponderExcluirgatos são fofos. pena q eu nunca teria um.. =)
ResponderExcluirbjs.