sábado, 20 de agosto de 2011

"Eu finjo ter paciência"


Hoje vou me permitir mais uma vez sair da realidade e ver o último capítulo da novela (porque embora isto seja publicado no sábado, agora, neste momento em que escrevo, é sexta)...
Como respondi a um amigo hoje: porque eu me permito raros momentos de alienação, já que, se me alimentar puramente de realidade, vou morrer de desgosto...
Porque enquanto tem gente demorando três horas no trajeto do trabalho pra casa, a grana que deveria ser investida nos transporte se converte em 200% de aumento no salário de nossos ilustríssimos representantes políticos...
E é tanta grana que vaza... grana que poderia fazer tanta, mas tanta coisa que eu me sinto ridícula de pensar que por raros momentos me orgulho de dizer que "puxa, sou uma vitoriosa! Estou pagando minha casa! Puxa, eu me orgulho de ser brasileira, de ser paulistana..."
Quando digo que sou brasileira, parece que sou tão sacana quanto os bandidos que levam a minha grana!
Uauuuu... recebi R$150,00 na Nota Paulista... hahá... e do tanto de imposto que paguei, quanto foi pra educação, pra cultura, pra saúde?
Um dia me permiti ir ao teatro... Os R$150,00 não pagam um par de ingressos!
E se no mês em que me permito ir ao teatro cai uma obturação da minha boca, eu tô no vermelho!
Não vou ser hipócrita de dizer que vou levantar a bandeira do "Vamos construir um mundo melhor"... Não... eu não acredito na raça humana... e a "Lei de Gerson" é muito maior do que os homens de boa vontade...
É, minha gente... humano, demasiado humano é acreditar que o homem é mau em essência!
E como seria se eu estivesse do outro lado do muro?
Será que eu estaria complacente com a situação daqueles que passam três horas em pé dentro de um coletivo que se move em primeira e segunda marcha?

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